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Codesp prepara Porto para navios de 366 metros

Novas dragagens e construção de terminais offshore estão nos planos

Fernanda Balbino
Da Redação

Preparar o Porto de Santos para receber constantemente navios com 366 metros de comprimento – hoje, são menos de 1% dos que escalam na região – está entre os planos da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a administradora do complexo, para os próximos anos. Tal objetivo exigirá investimentos no canal de navegação, mas a empresa admite que não será possível manter a via de acesso aquaviário com mais de 17 metros de profundidade. Assim, uma das possibilidades de expansão do complexo será implantar terminais em águas profundas, no exterior da Baía de Santos, o projeto que começa a ser estudado.

“Nosso sonho de consumo é garantir a entrada de navios com 366 metros de comprimento. Para isso, precisaremos aprofundar, melhorar o traçado e a largura das curvas”, destacou o diretor-presidente da Codesp, Angelino Caputo e Oliveira. Segundo o executivo, isso será possível quando for implantado o Plano Nacional de Dragagem (PND)2, provavelmente em 2017. O programa deixará o canal do Porto com 17 metros de profundidade e cerca de 14,5 metros de calado operacional (distância vertical da parte da embarcação que permanece submersa).

“Depois dos navios de 366 metros, vem os de 400 metros. Aí, esbarramos no limite físico do estuário”, afirmou Caputo, referindo-se às características geográficas e hidráulicas do Porto. O canal de navegação sofre um assoreamento constante (deposição de sedimentos, como areia e lama, que tornam o canal mais raso), por isso precisa de uma dragagem contínua. E quanto mais profundo a via, maior é o assoreamento que sofre.

De acordo com o diretor de Infraestrutura e Execução de Obras da Codesp, Paulino Moreira da Silva Vicente, a urgência da dragagem cresce “exponencialmente” quanto mais fundo fica o canal.

Quando o Porto trabalhava com um limite de calado de 11,2 metros de calado, essa medida era mantida com a retirada de 2,7 milhões de metros cúbicos de sedimentos por ano. Hoje, para 13,2 metros de calado, é necessário extrair 6 milhões de metros cúbicos de sedimentos anualmente. Quando o limite do calado for de 14,5 metros – possível com uma profundidade de 17 metros–, 18 milhões de metros cúbicos de lama terão de ser dragados a cada ano.

Aumento de Calado

Segundo Vicente, a expectativa da Codesp é conseguir, no próximo mês, no Carnaval, igualar o limite do calado operacional em todo o Porto de Santos.

Hoje, navios com 13,2 metros de calado operacional podem trafegar nos trechos 1, 2, 3 e em parte do 4 no canal de navegação, da Barra de Santos até o berço 2 do Píer da Alemoa. Deste ponto até o interior do estuário, a medida máxima é de 11,2 metros.

SEP

Ainda neste mês, está prevista a abertura de uma nova licitação da Secretaria de Portos (SEP), para a contratação de uma firma responsável pela nova dragagem do complexo marítimo santista.

A empresa que vencer a concorrência pública terá de elaborar os projetos básico e executivo do serviço e executá-lo, deixando o canal de navegação (parte central do estuário) e as áreas de acesso aos berços (locais) de atracação com uma profundidade de 15,4 a 15,7 metros e os próprios berços com 7,6 a 15,7 metros.

Enquanto isso, a Docas planeja abrir uma licitação para contratar uma empresa, a fim de manter a profundidade do trecho 1 do canal de navegação. A região fica entre a entrada da barra e o Entreposto de Pesca e é a que tem o maior risco de assoreamento no cais santista.

Nos trechos 2, 3 e 4 (do Entreposto de Pesca, na Ponta da Praia, até a Alemoa), o serviço de dragagem de manutenção é realizado pela Van Oord Operações Marítimas. Segundo a Companhia Docas, a empresa já confirmou a intenção de manter os trabalhos no canal.

“Hoje, com todo o planejamento da dragagem, a diretoria da Codesp tem condições de não perder calado até o final do ano”, destacou o diretor de Infraestrutura e Execução de Obras da Codesp, Paulino Moreira da Silva Vicente.

Fonte: Jornal “A Tribuna” – 20.01.2015 – Porto & Mar – pagina C-1

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Reprodução de noticia publicada para conhecimento das Associadas

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