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Operação de contêineres cresce 5,4%

Portos brasileiros movimentaram 9,34 milhões de TEU no ano passado. Cerca
de um terço passou por Santos, líder nesse tipo de operação

Leopoldo Figueiredo
Editor

Apesar da desaceleração da economia brasileira, a movimentação de contêineres nos portos do País cresceu 5,4% no ano passado, em relação ao resultado do exercício anterior. Considerando as operações dos complexos públicos e dos terminais de uso privado (TEU), a soma chegou a 9 milhões 342 mil 363 TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), 478.567 a mais do que em 2013.

Principal porto brasileiro, Santos se manteve na liderança desse tipo de operação, respondendo por quase um terço (32,54%) do total nacional.

Os números integram o Anuário Estatístico Aquaviário de 2014, elaborado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e divulgado pela diretoria do órgão regulador na última quarta-feira. O levantamento está disponível no endereço eletrônico da entidade (www.antaq.gov.br), na página de Estatísticas.

Desses 9,342 milhões de TEU transportados nos portos, 4,731 milhões (50,7%) foram embarcados – para o exterior ou para outras regiões do País –, segundo o balanço da Antaq. Os 4,61 milhões de TEU (49,3%) restantes foram desembarcados. Os dois tipos de operação registraram aumentos – 8,52% e2,38%, respectivamente – na comparação com os dados do ano anterior.

O crescimento na utilização de contêineres é um bom sinal para a economia do País, apesar do desaquecimento verificado, principalmente, a partir do terceiro trimestre do ano passado – o que levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a prever uma expansão de apenas 0,1% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2014. Tradicionalmente, os cofres de carga são destinados ao transporte de mercadorias industrializadas, ou seja, de alto valor agregado. O aumento nessa movimentação mostra, portanto, a intensificação do comércio internacional desses itens.

Esse uso é comprovado ao se analisar o tipo de artigo conteinerizado e sua tonelagem no ano passado. Conforme os dados da Antaq, as mercadorias mais transportadas em 2014 foram peças plásticas (6,18 milhões de toneladas, o equivalente a 7,5% do peso líquido do total desses itens). Na sequência, vieram os produtos siderúrgicos (4,85 milhões de toneladas, 5,9%) e os de apoio (4,83 milhões de toneladas, 5,9%).

O balanço do Agência Nacional de Transportes Aquaviários também aponta que os contêineres responderam por 10,5% da tonelagem de cargas operadas nos portos, no ano passado. Das 969,64 milhões de toneladas transportadas nas instalações brasileiras, 101,9 milhões de toneladas foram embarcadas ou desembarcadas no interior dos contenedores. O restante foi operado como granel sólido (589,95 milhões de toneladas, 60.8% do total), graneis líquido ou gasoso (231,75 milhões de toneladas, 23,9%) ou carga geral não conteinerizada (46,03 milhões de toneladas, 4,7%).

Liderança Santista

Considerando o local onde esses contêineres foram embarcados ou desembarcados, Santos se manteve como o porto que mais realizou esse tipo de operação no Brasil. De acordo com os dados da Antaq, o cais santista respondeu por 3,04 milhões de TEU. O resultado aponta uma queda de 4,8% ante a soma do ano anterior (a tabela ao lado traz a relação completa de instalações e suas respectivas movimentações).

Os números da agência são menores do que os divulgados pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a Autoridade Portuária, no mês passado. Conforme o balanço da estatal, o complexo movimentou 3,684 milhões de TEU,com uma alta de 6,84%.

Essa diferença ocorre por dois motivos. O primeiro é que a Antaq, em seu anuário, separa as atividades dos portos públicos da dos terminais de uso privado. Consequentemente, os volumes carregados ou descarregados no Terminal Embraport, TUP instalado na Margem Esquerda do Porto, ao lado da Ilha Barnabé, são contabilizados a parte.

No levantamento da agência, a unidade da Embraport aparece em quinto lugar nas operações de contêiner do País, com 529.639 TEU. Considerando apenas os TUP, ela fica em segundo lugar, perdendo apenas para o Terminal Portonave, em Navegantes (SC), que registrou 676.675 TEU.

De menor impacto, o segundo motivo para essa divergência é a diferença nos critérios adotados pela Companhia Docas e pela Antaq para contabilizar as operações portuárias.

Fonte: Jornal “A Tribuna” – 27.02.2015 – Porto & Mar – pagina C-5

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